A vinte e um quilómetros da sede do concelho, a freguesia
de Sobral da Adiça está situada junto da ribeira de
Toutalga. Domina as paisagens desta povoação a serra
do mesmo nome, com o seu denso arvoredo, que alguns chegam a comparar
a Buçaco ou ao Bom Jesus do Monte. Aqui, é celebre
a gruta da Adiça, com uma abertura de metro e meio de diâmetro
e com uma sala de dez metros, abobadada, comunicando com uma fonte
e outra sala mais pequena em andar inferior. Uma gruta natural,
de incrível beleza, também ponto de atracção
turístico da freguesia.
O povoamento de Sobral da Adiça é um dos mais remotos
deste concelho. Os vestígios arqueológicos,
abundantes, confirmam que o homem se estabeleceu aqui desde os tempos
megalíticos. Aliás, seria natural que assim fosse,
atendendo à topografia do local. A existência de elevações
e cumes, tão raros por terras de Moura, permitia uma defesa
mais eficaz contra os múltiplos perigos que aqueles povos
encontravam no seu dia-a-dia.
As antas do Touril e da Preguiça e as necrópoles
dos Borrazeiros, do Touril e de Palhais demonstram à evidência
o culto dos mortos que nessas épocas remotas da história
do homem já era prestado aos entes queridos que faleciam.
As jóias do Alamo são outros dos importantes vestígios
arqueológicos encontrados em Sobral da Adiça, agora
da época romana. Encontradas na herdade do mesmo nome cerca
de 1930, foram levadas de imediato para o Museu Nacional de Arqueologia
(época do Bronze). Ou como Sobral da Adiça se encontra
representada em Lisboa.
Inicialmente, chamou-se esta freguesia S. Pedro da Adiça.
Como a igreja ficasse situada na aldeia de Sobral (Soveral no século
XII ou XIV), a um quarto de légua do centro, acabou por se
juntar este último nome à povoação de
S. Pedro, que assim ficou a ser conhecida como Sobral da Adiça.
Sobral da Adiça, como Moura e Safara, foi também
terra de lagares. O progresso desactivou os mais antigos e modernizou
as técnicas de produção; mas, em contrapartida,
soube mantê-la como povoação genuinamente alentejana.
O gosto de olhar aquele casario agarrado às ladeiras só
tem paralelo com o reencontro, aqui ainda possível, com o
albardeiro, o ferrador ou o artista que transforma o ferro nos touros,
galos e cegonhas que enfeitam os cata-ventos.
População: 1360
Actividades económicas: Agricultura, olivicultura,
pecuária, lagar de azeite, serralharia civil, carpintaria,
construção civil e comércio
Festas e Romarias: Nossa Senhora do Ó (penúltimo
fim-de-semana de Agosto), S. Pedro (último fim-de-semana
de Junho) e festa da Pinha (fim-de-semana anterior ao Carnaval)
Património: Igreja matriz, ermida de S. Pedro, ermida
da Coroada, antas do Touril e anta da Preguiça, necrópoles
dos borrazeiros, do Touril e de Palhais
Outros Locais: Zona de caça associativa e turística,
grutas da Adiça, buraco das pedras bonitas e mina da Preguiça
Gastronomia: Açorda, migas, gaspacho, sopa de cação,
bolo folhado com gila, costas e púpias
Artesanato: Ferraria, sapataria, fabrico de queijo de cabra,
albardaria, cestaria em verga, vime e cana e miniaturas de cestas
Colectividades: Sociedade União Recreativa Sobradense,
Sociedade Monumental Sobralense, Sociedade Columbófila, Clube
de Caçadores, Grupo Desportivo da Casa do Povo e Grupo Coral
da Casa do Povo